O projeto Além do Algodão alcançou mais um marco importante esta semana com a assinatura do projeto-país de Moçambique, um dos quatro que fazem parte do projeto de cooperação. O documento foi assinado pelo Centro de Excelência contra a Fome do WFP e escritório do WFP em Moçambique (executores do projeto), e pela Agência Brasileira de Cooperação (ABC), Governo de Moçambique (por meio do Instituto de Algodão e Oleaginosas) e Universidade Federal de Lavras (UFLA).
O projeto tem o objetivo de apoiar pequenos produtores de algodão e instituições públicas do país a vincular subprodutos de algodão (óleo de semente, torta etc.) e culturas consorciadas (milho, sorgo, feijão, etc.) a mercados seguros, incluindo programas de alimentação escolar. O objetivo é incrementar a produção, a renda local e a segurança alimentar e nutricional dos agricultores familiares. Em Moçambique, cerca de 1.500 famílias de agricultores e aproximadamente 31 mil alunos do Programa Nacional de Alimentação Escolar de Moçambique (PRONAE) serão beneficiados.
Equipes das organizações parceiras participaram de reuniões técnicas em Moçambique em 2019
O escopo do projeto inclui as províncias de Tete (distritos de Magoe, Cahora Bassa e Moatize) e Manica (Distrito de Barue e Guro). Os principais beneficiários do projeto são agricultores de pequena escala que serão assistidos por pesquisadores, agricultores líderes e extensionistas do Serviço Distrital de Atividades Econômicas (SDAE), localizados nos distritos participantes. O projeto também tem como público-alvo mulheres e jovens, não somente como beneficiárias, mas também como agentes de mudança na comunidade. O projeto prevê que 40% de seus beneficiários, incluindo os agricultores líderes, sejam mulheres.
A cultura do Algodão em Moçambique
Em Moçambique, a produção do algodão é predominantemente familiar, com cerca de 220 mil famílias produtoras nas zonas rurais, beneficiando aproximadamente 1,2 milhão de pessoas diretamente. A comercialização do algodão em caroço (bruto) é a principal fonte de rendimento familiar. A produção concentra-se, principalmente, nas regiões norte e centro do país, com cerca de 180.000 hectares. O plantio é realizado, geralmente, entre os meses de outubro e dezembro e a colheita ocorre de abril a junho. A importância do algodão em Moçambique vai além do seu peso na balança comercial e na geração de empregos no campo: ao longo de sua cadeia produtiva, ele gera entre 15 e 20 mil postos de trabalho, entre sazonais e permanentes.
Em agosto de 2019, o projeto Além do Algodão promoveu o Workshop Participativo de Estruturação do Marco Lógico do Projeto-país na cidade de Maputo. Para subsidiar essas discussões, uma delegação brasileira com dois especialistas em agronomia e nutrição da Universidade Federal de Lavras (UFLA) participaram de uma missão técnica que incluiu visitas a escolas e agricultores familiares nas províncias de Tete e Manica, região de atuação do projeto.
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