O Centro de Excelência contra a Fome do WFP no Brasil participou de um webinar sobre nutrição e alimentação escolar na quinta-feira, 30 de junho. O evento, organizado pelo Centro de Excelência para Transformação Rural da China, o Centro Regional de Excelência contra a Fome e a Desnutrição na Costa do Marfim (CERFAM) e o Centro de Excelência no Brasil, detalhou como a alimentação escolar vem mudando a vida das crianças no Brasil, na China, na Zâmbia e na Armênia.
Qu Sixi, diretor de país do escritório do WFP da China, fez um discurso de abertura destacando as vantagens dos programas de alimentação escolar para a saúde e o desenvolvimento cognitivo das crianças, e o papel crucial da Cooperação Sul-Sul ao lidar com os desafios adicionais impostos pela pandemia de Covid-19. Daniel Balaban, Diretor do Centro de Excelência contra a Fome do WFP no Brasil, também falou na sessão de abertura. “É precisamente em tempos de dificuldades que aprendemos sobre a importância de programas sensíveis à nutrição”, disse.
Ele forneceu alguns detalhes sobre a experiência brasileira com alimentação escolar com compras locais e mencionou uma recente visita de estudo da delegação etíope. Eles visitaram Brasília para discutir iniciativas de agricultura e alimentação escolar sensíveis à nutrição e para entender como os dados nutricionais são gerenciados e usados para influenciar as decisões. “Este webinar ilustra nosso esforço renovado para discutir experiências bem-sucedidas e práticas inovadoras para que todas as crianças em cada país tenham acesso a refeições saudáveis e para que nós possamos nos recuperar dsses desafios”, disse.
Christiani Buani, Chefe da Unidade de Gestão de Operações do Centro Regional de Excelência contra a Fome e a Desnutrição (CERFAM), também falou sobre a importância desse tema para os países africanos que estão trabalhando para priorizar uma melhor nutrição para seus cidadãos. “Esta é uma oportunidade única para alcançar o progresso e ampliar o alcance desses programas”, disse. Na sequência, Zhang Qian, vice-diretor do Instituto Nacional de Nutrição e Saúde da China, apresentou o programa de melhoria nutricional do país para crianças rurais, lançado em 2011 com mais de 20 milhões de estudantes em todo o país.
Brasil e Zâmbia
O próximo a apresentar foi Garigham Amarante Pinto, do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação no Brasil. Ele ressaltou que o país está priorizando ações de promoção da nutrição e atenção às múltipla carga da má-nutrição, que mobiliza diversos setores da sociedade. Ele também detalhou as características do Programa Nacional de Alimentação Escolar, que atende mais de 40 milhões de alunos, contribuindo para o crescimento, aprendizagem, desenvolvimento escolar e a formação de hábitos alimentares saudáveis.
O programa prevê a oferta de alimentos variados, que respeitem as culturas alimentares regionais, com políticas especificas para comunidades indígenas e quilombolas. Os guias também incluem a prioridade para alimentos in natura e minimamente processados, respeitando princípios de sustentabilidade, sazonalidade e diversidade agrícola de cada região. “Alimentos da agricultura familiar agregam diversidade ao cardápio”, disse.
A experiência de alimentação escolar na Zâmbia foi apresentada por Malalu Mulundika, do Ministério da Educação Geral. O programa, que conta com o apoio do WFP, é atualmente a maior rede de segurança social do país. Ele atende 1,9 milhão de crianças em 10 províncias, totalizando mais de 5.000 escolas participantes. Recentemente, o programa começou a integrar a agricultura familiar, como resultado de uma iniciativa da União Africana. O país está trabalhando em um plano de diversificação de dietas, em um projeto de horta hidropônica e um sistema de compras descentralizado.
Na sessão final, o público pôde ouvir sobre projetos na China e na Armênia, incluindo o Projeto de Melhoria nutricional infantil pré-escolar do WFP em Hunan, China; os Projetos de Iniciativa de Melhoria nutricional escolar que estão sendo realizados pelo Centro de Eeconomia do Desenvolvimento Humano, também na China; e um projeto de transformação da alimentação escolar na Armênia. Feng Yan, conselheira do Ministério da Agricultura e Assuntos Rurais da China, e Carmen Burbano, Diretora da divisão de Programas Escolares do WFP, encerraram o evento. Carmen Burbano falou sobre a importância do compromisso dos governos com os programas de alimentação escolar e sobre como a Coalizão Global de Alimentação Escolar pode apoiar esse processo.