Como fazer para que as experiências exitosas de políticas de alimentação escolar e agricultura familiar de um país atravessem oceanos e inspirem outros países a trilharem seus próprios caminhos? A tradução certamente tem um papel muito importante nesse processo e é isso que inspira Vitória Rufino, tradutora e assistente administrativa no Centro de Excelência contra a Fome do WFP no Brasil.
Vitória juntou-se à equipe em fevereiro de 2019 ainda como tradutora voluntária, auxiliando a equipe na tradução e revisão de documentos técnicos alguns dias por semana. Depois de pouco mais de um ano nessa função, surgiu uma oportunidade de também assumir funções administrativas na unidade de Programas, o que tem sido um desafio diferente. “Foi um desafio entender bem a parte técnica do trabalho do escritório, principalmente para fazer notas das reuniões”, conta Vitória.
O interesse por línguas começou cedo, com músicas, filmes e séries de TV. “Formalmente, comecei a estudar inglês com 13 anos, quando abriu uma escola de inglês em Penápolis, São Paulo, onde eu morava”, lembra. “Antes de começar a estudar, já fui desenvolvendo algumas habilidades e acabei pulando algumas etapas básicas no curso.”
Em 2015, Vitória mudou-se para Brasília para estudar na UnB, sem família e sem amigos próximos. “Morei sozinha durante a graduação inteira. É um crescimento muito rápido conseguir sair da casa dos pais para morar sozinha. Olho pra trás e me pergunto como tive coragem de fazer isso”, sorri. Durante a graduação, estagiou na empresa júnior de Letras na UnB, chamada Quimera, onde teve a primeira experiência profissional de tradução. Em seguida, estagiou como professora de inglês para crianças.
“Depois de ter tido experiência como professora e tradutora, percebi que prefiro tradução. Tenho prazer em sentar e passar um texto de uma língua pra outra, de lidar com os desafios. É um trabalho muito minucioso que eu gosto muito de fazer”. E trabalhar, na ONU, ela conta, também era um sonho distante. “Antes de decidir cursar Letras, eu queria fazer Relações Internacionais. Sempre admirei a organização e tinha interesse em política e cooperação internacional antes de começar a faculdade.”
Em um dos trabalhos de tradução para o WFP, Vitória lembra de ter lido um depoimento da Chefe de Programas sobre o impacto do trabalho feito no Centro de Excelência. “Ela contava que durante uma visita de estudos de uma equipe do Togo, um integrante da delegação, após assistir a uma apresentação sobre alimentação escolar vinculada à agricultura familiar local, disse que aquilo era algo que poderia tirar o país dele da miséria. É uma coisa forte de você ouvir”, lembra.
Para ela, fazer um trabalho que tem um propósito gera motivação. “Tenho muita satisfação em saber que meu trabalho tem um propósito de assistência à equipe de Programas, que por sua vez apoia países a implantarem suas políticas públicas”.