A Costa do Marfim é uma força crescente na África, com um setor agrícola forte. No entanto, o país ainda tem desafios em áreas como educação, saúde e segurança alimentar. Dados de 2015 mostram que 12,8 dos domicílios enfrentam insegurança alimentar, e a situação é mais grave nas áreas rurais, com 15% das residências que em situação de insegurança alimentar. Para enfrentar esses desafios, o governo está empenhado em construir uma estratégia de Fome Zero para o país, sob a liderança do vice-presidente Daniel Kablan Duncan.
Uma delegação da Costa do Marfim esteve no Brasil de 13 a 15 de dezembro para fortalecer o intercâmbio de conhecimentos com o Brasil nas áreas de alimentação escolar, segurança alimentar e proteção social. Sob a liderança do vice-presidente Duncan, a delegação reuniu-se com várias autoridades brasileiras para aprender mais sobre as políticas que integram a estratégia do Brasil para garantir segurança alimentar, desenvolvimento rural e nutrição. No último dia, eles participaram de uma visita de campo a uma cooperativa de agricultores familiares para entender o papel das compras públicas de alimentos na promoção do desenvolvimento rural.
Políticas brasileiras
A delegação teve reuniões com o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Aloysio Nunes, e com o ministro do Desenvolvimento Social, Osmar Terra. “O Brasil é um exemplo de progresso e um parceiro de cooperação fundamental para o desenvolvimento da Costa do Marfim”, disse o vice-presidente Duncan para o ministro Terra.
Com a Secretaria de Agricultura Familiar e Desenvolvimento Agrário, discutiram as diferentes políticas e programas em vigor para garantir a segurança alimentar e a renda das famílias rurais. A delegação também teve a oportunidade de se reunir com a secretária executiva do Conselho Nacional de Segurança Alimentar (Consea) para discutir as estratégias seguidas pelo Brasil para alcançar segurança alimentar e nutrição para todos. Outras reuniões incluíram a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e o Ministério da Saúde.
Alimentação escolar
Em uma reunião com o Ministério da Educação e o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), a delegação recebeu informações detalhadas sobre o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE).
No Brasil, todos os alunos matriculados em escolas públicas recebem pelo menos uma refeição por dia. O PNAE alimenta 43 milhões de crianças e adolescentes todos os dias e é considerado um modelo para o mundo, devido aos seus marcos legal, político e financeiro.
Outro aspecto fundamental do programa de alimentação escolar é a regra que estabelece que 30% do orçamento destinado à compra de alimentos deve ser usado para comprar itens produzidos por agricultores familiares. Esta medida afeta significativamente a renda e a segurança alimentar desses agricultores.
“Esperamos aprender com a experiência brasileira e, como bons estudantes, queremos aprender tanto que também possamos ensinar sobre alimentação escolar”, disse o vice-presidente Duncan durante a reunião com o Ministério da Educação.
A visita de estudos da Costa do Marfim foi organizada pelo Centro de Excelência contra a Fome, pelo escritório de país do Programa Mundial de Alimentos na Costa do Marfim e pela Agência Brasileira de Cooperação. Além dos representantes do governo da Costa do Marfim, integraram a delegação Abdou Dieng, diretor do escritório regional do PMA para a África do Oeste, Adeyinka Abosede Badejo, diretora do escritório de país do PMA na Costa do Marfim, e Chris Toe, especialista em políticas e programas do PMA em Roma.